

Jornada Mundial
Como é uma jornada com Isha Judd?
É um dia dedicado à expansão da consciência por meio de diversas atividades que reafirmam os valores desenvolvidos com a prática do Sistema Isha Judd, os quais consistem em aprender a apreciar e agradecer o momento presente, amar-nos incondicionalmente e sentir-nos em unidade com toda a existência.
A Jornada inclui





Isha Judd
Dentro da ilusão nós experimentamos progresso, às vezes muito rapidamente. No entanto, de repente as coisas começam a voltar para trás e revivemos o que lutamos tanto para transformar.
Esse padrão ocorre devido à nossa programação, a forma com a qual sempre estamos olhando para o mundo, tratando de mudar os outros e a forma com que eles nos veem ou nos tratam.
Como seres humanos, insistimos em mudanças externas sem realmente transformar nossa própria programação, sem mudar os julgamentos e preconceitos que levamos gravados dentro de nossas cabeças. Não podemos realmente evoluir enquanto não tenhamos aprendido a liberar a carga emocional profundamente enraizada em pensamentos e crenças sobre nós mesmos. Inconscientemente estamos lutando contra nossos próprios sistemas de crenças. O progresso que acreditamos haver adquirido diminui depois de um tempo porque, no fundo, estamos de acordo com nossos preconceitos.
Recentemente pude escutar um grupo de mulheres da Índia que falavam sobre os direitos das mulheres de uma aldeia e de todo o trabalho inspirador que elas haviam realizado para apoiar mudanças. Sendo eu uma mulher australiana, me surpreendi quando uma delas proclamou: – “E inclusive conseguimos que se casassem”. Como se, ao estarem casadas, finalmente estivessem completas. Estas palavras foram ditas por uma mulher inteligente, pertencente a uma das famílias mais ricas da Índia, graduada em uma reconhecida universidade dos EUA e que, apesar disso, ainda acreditava que uma mulher teria de estar casada para ser considerada completa.
Por quê? Porque a um nível inconsciente ela ainda se identifica com suas crenças culturais profundamente internalizadas: – “Não estarei completa até encontrar um homem que me valorize.” É óbvio que essa crença, compartilhada em meio a uma exposição tão incrível, não tinha nada a ver com o tema “direitos das mulheres”, mas sim com o que estava acontecendo no interior dela mesma. Por baixo da superfície, essas mulheres ainda estão alinhadas com seus julgamentos internos, e esta, inconscientemente, é a razão pela qual o progresso externo é tão lento e demora a acontecer. Avançamos, porém logo nosso preconceito interno dilui as coisas e nos submerge novamente no programa.
Eu não sei se as pessoas podem mudar de verdade sem realizar um trabalho pessoal profundo, eu não creio que possam. Mas acredito que podem ir mais além de sua programação, chegando ao ponto de não mais obedecê-la. Até não encontrarmos nossa própria experiência interna de paz e nossa grandeza interior baseada no amor incondicional, não teremos absolutamente nada; simplesmente continuaremos olhando nossas próprias crenças refletidas no externo. É fácil perceber: se em algum momento você precisa brigar para se sentir valorizada, pode estar certa de que tem um julgamento interno.
A nível pessoal, jamais sequer me ocorreu que estava limitada por ser mulher. Sempre me senti livre para fazer o mesmo trabalho que os homens. Nunca pensei que não me deixariam fazer algo por ser mulher. Não pensava estar determinada a fazer somente “coisas de mulher”. Ao mesmo tempo, via como minha mãe, uma mulher exitosa e poderosa, com sua forma de me tratar, tentava me manter pequena e feminina, sugerindo-me que mostrasse menos meu talento atlético e que não fosse tão extrovertida dizendo tudo o que me vinha em minha mente; nem tão progressista, ambiciosa ou focada. Ela queria que eu me encaixasse e que não fizesse “os outros se sentirem mal”, como se todas as qualidades positivas tão celebradas nos homens não fossem desejáveis a uma mulher.
Nossa própria grandeza sempre nos leva de volta à nossa própria cura, a ir mais além dos pensamentos e preconceitos que nos limitam internamente. Se meu êxito depender de que eu seja duas vezes melhor que um homem ou de superar as circunstâncias de meu sexo ou gênero, terei de olhar internamente e descobrir pensamentos e crenças que me condenam a uma luta permanente. Por que eu, como mulher, me deixo para o final? Por que eu, como mulher, fico com a torrada queimada ou faço toda a comida? Por que eu, como mulher, me abandono em busca de aprovação? É para ser vista como uma boa menina ou como alguém que tenha valor? Como pode esse auto-abandono dar valor a minha humanidade? Não pode, porque inconscientemente estou de acordo com essas crenças que justamente me limitam.
As coisas mudarão algum dia? Realmente não o sei. Talvez em algum nível. A verdade é que estamos tendo uma experiência humana, pelo que, de certo modo, se supõe que devemos sentir essa limitação e usá-la para desafiar a nós mesmas, utilizando cada aspecto que percebemos defeituoso como uma forma de experimentar mais amor, mais aceitação e maior despertar. Afinal, essas limitações são as que verdadeiramente nos levam a evoluir mais.
A verdadeira pergunta que devemos fazer é: Quero ser vítima de minhas circunstâncias aparentemente limitadas, seja meu sexo, minha cor, minha raça, minha preferência ou minha situação financeira? Ou quero ser uma criadora mestra com total responsabilidade pela própria vida, que vai além das adversidades para curar-se profundamente e inspirar outros a fazer o mesmo?
O amor além dos preconceitos
No momento que sou o melhor de mim mesma já logrei ser uma criadora. Desejo deixar ir meus próprios preconceitos internos para poder mostrar de forma amorosa aos demais como viver compassivamente desde um lugar de unidade e compreensão? Fundamentalmente, esta é a pergunta: